A produção de leite de burra e a sua composição química foram investigadas em
 duas lactações aos dias 28, 45, 60, 75, 90, 105, 135 e 150 após o parto. 
A produção de leite por ordenha (em média 740 mL) de 6 burras das raças Martina
 Franca (n = 3) e Ragusana (n = 3), que se adaptaram rapidamente aos 
procedimentos da máquina de ordenha, aumentou na segunda (ou terceira) ordenha 
por dia, mas não foi afetado pelo estágio de lactação ou raça. Ano de lactação,
 estágio de lactação, raça e tempo de ordenha não influenciaram a composição
 bruta do leite, exceto os teores de gordura e proteína. A percentagem média geral
 de proteínas (1,72 g · 100 g – 1 de leite), mostrando uma tendência negativa significativa 
durante a lactação, foi caracterizada por baixos níveis de caseína (47,3% de proteína 
bruta) e soro (36,9% de proteína bruta). Um perfil específico de proteína de soro de leite
 também foi encontrado, sendo a percentagem relativa de proteína de soro de leite total 4,
48%, 6,18%, 29,85%, 21,03% e 22,56% para respectivamente lactoferrina, albumina 
sérica, β-lactoglobulina, lisozima e α-lactoalbumina. O baixo teor médio de gordura do 
leite deburra (0,38 g · 100 g – 1 de leite), mostrando uma alta variabilidade individual, foi
 significativamente afetado pelo ano do estudo; a fração lipídica também foi caracterizada
 por altos níveis de linoleico (média de 8,15 g · 100 g – 1 de ácidos gordos totais) e
 ácido linoleico (média de 6,32 g · 100 g – 1 de ácidos gordos totais). O teor de 
cinzas do leite de burra (0,39 g · 100 g – 1 de leite) foi constante durante todo o
 período experimental e mostrou altos níveis de Ca e P, cuja proporção, variando 
entre 0,93 e 2,37, era em média 1,48.